domingo, 14 de dezembro de 2014

A Instrumentalização da Filosofia como disciplina escolar


            Flavio Medeiros da Silva

            A Filosofia como disciplina escolar possui um compromisso educativo e intelectual, pois deve promover o desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas para a reflexão crítica e autônoma do aluno. Um dos riscos presente nesse ato educativo é a instrumentalização da Filosofia, pois devido às influências religiosas, políticas e ideológicas, se corre o risco de fugir do verdadeiro filosofar, para um mero doutrinamento.
            Presencia-se na prática educacional professores que buscam apresentar aos alunos suas convicções políticas e religiosas, desconsiderando a importância do aluno exercer sua própria criticidade, criar sua própria leitura de mundo e convicções fundamentadas no senso crítico. O professor carrega consigo sua subjetividade, concepções filosóficas e metodologia de ensino, mas ele deve possuir certa neutralidade sobre a forma de condução do trabalho, pois a atividade docente deve propor a construção do conhecimento pelo aluno, não a transmissão ou dogmatismo, que se distancia totalmente da perspectiva do trabalho filosófico.
            O próprio currículo escolar é permeado pela influência ideológica do governo, os conteúdos curriculares são muitas vezes impostos, sem um diálogo com os educadores sobre o que ensinar e quais competências e habilidades trabalhar com os alunos em filosofia. Os docentes recebem orientações e um material apostilado, correndo o risco de serem disseminadores acríticos dessa instrumentalização.
            O professor de Filosofia deve propiciar ao aluno a problematização da realidade de forma crítica, não cabe a ele guiar os alunos ou mostrar essa é a verdade, impondo convicções ou “valores”, mas permitir e dar oportunidades aos alunos pensarem por si próprio, alcançando autonomia intelectual e favorecendo a emancipação intelectual do indivíduo. O maior desafio do ensino de excelência é dar autonomia intelectual aos estudantes, esse é o objetivo prioritário. A doutrinação é o contrário disto, pois consiste em fazer os estudantes repetir lugares comuns politicamente corretos sem qualquer atitude crítica perante os mesmos. (MURCHO, 2009).
            A instrumentalização da disciplina de filosofia na escola propicia a formação de sujeitos alienados e não críticos. O verdadeiro papel da filosofia como disciplina na escola é desenvolver a formação de indivíduos críticos, autônomos, que passam por um processo de emancipação, contribuindo com a formação de indivíduos que pensam por si próprios, engajados na transformação social. A filosofia na escola deve se libertar dos riscos da instrumentalização e desenvolver um trabalho que favoreça a libertação intelectual dos alunos frente aos processos ideológicos de dominação e alienação, permitindo um ensino de filosofia com excelência.
           


Referência Bibliográfica

MURCHO, Desidério. Instrumentalização do ensino e ilusão. Disponível em<http://criticanarede.com/autonomia.html >. Acesso em: 18 abr. 2014.

domingo, 13 de abril de 2014

Educação a Distância: A nova era educacional


            A educação a distância tornou-se uma grande aliada na construção e expansão do conhecimento para a sociedade atual, constituindo-se em uma modalidade de ensino mediada por ferramentas tecnológicas que coopera para reconstruir o conhecimento. Com o advento e a intensa utilização das tecnologias da informação e comunicação, fortaleceu-se o uso dessas ferramentas no processo de aprendizagem, contribuindo significativamente com novos formatos educacionais. Na EaD percebemos uma flexibilização de tempo e espaços, proporcionando o acesso quantitativamente e qualitativamente. Mas o que realmente é a educação à distância? O conceito de Educação a Distância no Brasil é definido oficialmente no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005):
Art. 1Para os fins deste Decreto, caracteriza­-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pe­dagógica nos processos de ensino e aprendi­zagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

            Nessa modalidade educacional, faz-se destaque para a autonomia do aluno, pois esse se torna protagonista de sua aprendizagem e não um mero ser passivo e receptor, indicando que este aluno deve construir um papel ativo de intenso pesquisador e explorador de conhecimento. Os formadores e tutores serão os mediadores do processo ensino aprendizagem, incentivando a participação, motivando os alunos, orientando os mesmos em possíveis dificuldades.
Percebe-se uma aprendizagem colaborativa dos estudantes em ambientes virtuais, favorecendo o processo crítico de conhecimento e amadurecimento, pois a responsabilidade do aluno a distância se torna maior, esse deve possuir a disciplina de praticar exercícios; envolvimento como em qualquer curso presencial, com isto, estará qualificando positivamente com os estudos, organização do aprendizado, evitando o acúmulo de leituras e, melhorando os resultados da aprendizagem, salienta-se também a necessidade de uma postura pró-ativa, ética e crítica. A EaD será entendida, portanto, como uma modalidade de realizar o processo de construção do conhecimento de forma crítica, criativa e contextualizada, promovendo-se, então, a comunicação educativa através de múltiplas tecnologias. (HACK 2011).
Conforme Moran (2002, p.1), “as tecnologias interativas, vêm evidenciando em EaD, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo”. Percebe-se que o uso das tecnologias simplesmente não conduz a aprendizagem significativa, mas sim, a forma e finalidade com que a utiliza. Fazer educação a distância não se resume a transferir uma aula presencial a modalidade à distância, mas sim em usar as tecnologias com uma função pedagógica e com isso proporcionando a interação entre os indivíduos, o trabalho colaborativo e a interlocução para favorecer um processo de aprendizagem dinâmico, criativo, contextualizado e eficaz mediado pelas tecnologias e atuação de professores e tutores de forma frutífera.
Conclui-se que a educação a distância se intensifica como uma modalidade educacional em expansão e que veio para se consolidar intensamente, fruto das necessidades hodiernas e intensa urgência de expansão e dinamicidade do processo educacional. É inegável a importância da EaD para o processo educacional, como meio inovador, facilitador da aprendizagem e do acesso de todos na educação. A EaD quando gerenciada com qualidade é um processo significativo, que certamente favorece o processo de aprendizagem dos nossos estudantes, formando indivíduos autônomos e críticos, que dominam o uso das tecnologias e a utilizam priorizando a aprendizagem e a construção do conhecimento com qualidade, contribuindo com uma sociedade mais justa e atuante.

Flavio Silva, professor de Filosofia (PUC-SP) 
da rede pública, pedagogo e pós graduando do curso
 de especialização em Educação Ambiental pela 
(UFLA) e Designer Instrucional pela (UNIFEI)



Referências Bibliográficas



BRASIL. Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o artigo 80 da Lei n9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretri­zes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 20 dez. 2005. Disponível em: <http://www.planal­to.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/ D5622.htm>. Acesso em: 25 nov. 2013.

HACK, Josias Ricardo. Introdução à educação à distância. Florianópolis: Editora LLV/CCE/UFSC, 2011.

MORAN, M.J. O que é educação à distância? Disponível em <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em: 08 dez. 2013.

domingo, 9 de março de 2014

O Papel Pedagógico do Designer Instrucional na Elaboração de Cursos Virtuais


Há muito tempo o homem é impulsionado a novos formatos de aprender e ensinar. Atualmente, reformulando o pensar sobre local e tempo, bem como, apropriando-se de novas tecnologias. Para tais avanços educacionais observa-se a atuação de diversos profissionais na produção de um curso a distância, todos eles trabalhando para a qualidade da educação. Dentre os profissionais envolvidos temos o designer instrucional, que possui papel fundamental na organização e implementação de um curso. Conforme Filatro (2008, p.3),
 [...] definimos design instrucional como a ação intencional e sistemática de ensino que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a aplicação de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim de promover, a partir dos princípios de aprendizagem e instrução como o processo (conjunto de atividades) de identificar um problema (uma necessidade) de aprendizagem e desenhar, implementar e avaliar uma solução para esse problema.
                O designer instrucional é o profissional responsável pelo planejamento e implementação de situações de aprendizagem, realizando o processo de planejar cursos, participando também do gerenciamento, desenvolvimento e execução. Com isso, esse profissional está em intensa comunicação com outros profissionais, como o conteudista, revisor, professor formador, tutores, web designer, designer gráfico, animador, dentre outros. Dentre as atribuições do designer instrucional, podemos destacar sua primazia na área pedagógica, indispensável na produção de materiais educacionais. O designer instrucional deve usar conhecimentos pedagógicos e socioculturais, dando atenção às inteligências múltiplas, estilos de aprendizagem, concepções de avaliação, para com isso organizar o curso e os materiais, devendo usar de conhecimentos pedagógicos e da criatividade, além de diversificar no uso de atividades e mídias para que o curso seja interativo e dinâmico (GORGULHO JÚNIOR, 2012).
            Os projeto em EaD deve possuir objetivos educacionais claros, e se deve considerar o público alvo, as necessidades, concepções de planejamento, avaliação, estratégias pedagógicas e trabalho em equipe visando o alcance de um produto final significativo que contribua com a interação por meio das tecnologias e a aprendizagem dos envolvidos no processo. Sobre o designer instrucional nesse processo pedagógico podemos destacar que se espera dele “um profissional com perfil interdisciplinar, em especial nas áreas da educação, comunicação e tecnologia, articulando várias funções”. (MOREIRA, 2008, p.373). Nesse sentido, o designer instrucional deve estar conectado com diversos conhecimentos e atuando de forma comunicativa com o restante da equipe de produção, analisando e propondo materiais didáticos com situações de aprendizagem que permita satisfatoriamente a educação à distância de forma qualitativa, primando por um produto final que atenda as necessidades educacionais de forma frutífera de todos os estudantes.


    Prof Flavio Silva
Filósofo (PUC-SP) e Pedagogo 
(UNINOVE-SP), estudante de pós 
graduação em Designer Instrucional 
(UNIFEI) Educação Ambiental (UFLA)



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
GORGULHO JÚNIOR, José Hamilton Chaves. O designer instrucional e a equipe multidisciplinar. Ed. Storbem; Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), 2012.
KENSKI, V. M.; BARBOSA, A. C. L. S. Gestão de pós-graduação a distância: curso de especialização em designer instrucional para educação on-line. In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO, Porto Alegre, 2007. Anais... Porto Alegre: Anpae, 2007.12 p.
MOREIRA, M. G. A composição e o funcionamento da equipe de produção. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M. M. M. (Org.). Educação à distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008, p.370-378.

SILVEIRA, Sidnei Renato; CANDOTTI, Clarissa Tarragô; FALKEMBACH, Gilse Morgental; GELLER, Marlise. Aplicação de Aspectos de Design Instrucional na Elaboração de Materiais Didáticos Digitais para Educação a Distância. Revista D. Porto Alegre, n. 3, p. 77-96, 2011.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Atividade 3.1 - Tema transversal meio ambiente

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
FLAVIO MEDEIROS DA SILVA
DISCIPLINA: Educação Ambiental na Diversidade
Atividade 3.1 - Tema transversal meio ambiente

1.   Introdução
            Ao tratarmos da educação ambiental estamos lidando com a responsabilidade com a vida humana e o meio ambiente. Sendo a educação ambiental um processo de formação e informação, é importante que sua proposta esteja articulada ao projeto educativo da escola, e contextualizada na realidade escolar, para trazer significado a comunidade escolar, considerando-se os elementos fundamentais envolvidos no processo, tais como: a análise da natureza dos conhecimentos que estão sendo veiculados pelos projetos, tanto no que diz respeito aos conhecimentos relacionados com os dinâmicos processos naturais, quanto aos referentes às interações estabelecidas entre homem e natureza; os valores éticos e estéticos presentes nas propostas educativas no sentido de construção de novos padrões de relação com o meio natural; o tratamento dado à questão dos aspectos relacionados com a participação política na busca de soluções para os problemas ambientais, no sentido de construção da cidadania.
            A proposta desse trabalho é analisar a questão sobre o tema transversal meio ambiente, analisando experiências e verificando a importância desse trabalho na construção de conhecimento contextualizado e significativo, contribuindo para a formação crítica dos indivíduos e a transformação social visando à dignidade da pessoa humana, a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Verificando essa importância e necessidade, vamos analisar essa questão de forma que permita uma maior reflexão sobre as práticas de educação ambiental na transversalidade, o que tem sido feito e como podemos aperfeiçoar esse trabalho permitindo uma educação ambiental qualitativa.

2. Apresentação comentada das experiências
Para refletirmos sobre as experiências, vamos antes analisar o conceito de Educação Ambiental, que tem interpretações distintas, considerando a realidade de cada contexto. A definição oficial de educação ambiental, do Ministério do Meio Ambiente:
Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros (RIZZO, 2005, p. 2).
Para a UNESCO a educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação de agir, individualmente ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros (UNESCO, 1987).
Sobre a questão ambiental e o trabalho com a transversalidade podemos destacar que temos uma proposta de tratar as questões ambientais não como uma disciplina específica, mas de uma forma que permeie os conteúdos, objetivos e orientações didáticas em todas as disciplinas, relacionando com temas que envolva a vida humana, juntamente com saúde, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, temas locais, trabalho e consumo, que é parte do processo de reorientação curricular do MEC. Nos PCNs temos a ideia central de reinserir a escola e toda comunidade escolar no plano da vida real, tratando de questões que importam e que estão presentes no cotidiano dos alunos.
Dentre as experiências de trabalho pesquisadas, podemos destacar a da Escola Municipal da cidade de São Paulo Professora Geny Gomes, que atua com o ensino fundamental II. Ela possui uma experiência de projeto com o tema meio ambiente e vida em sociedade, perpassando por todas as matérias, permeando os conteúdos de todas as disciplinas. O aspecto reforçado é da realidade ambiental do bairro perpassando pela realidade global, localizando as áreas ambientais e com problemas da região. Cada disciplina de forma interligada trabalha questões como a poluição, o lixo, desmatamento dentre outros problemas e cada disciplina interage com essas temáticas. Na matemática são analisados os dados e gráficos dos recursos ambientais e sua exploração no bairro, município, no estado e no Brasil. Na geografia, as características da região e sua vegetação, características populacionais, econômicas e exploração de recursos. Em história temos a análise dos aspectos histórico da comunidade e formas de habitação e intervenção na natureza. Em língua portuguesa o dialogo com outras disciplinas permitiu a produção dos alunos de poesia que destaque e sintetize os estudos dos alunos. Em ciências, a professora trabalhou os aspectos negativos para a saúde, da exploração e manipulação da natureza e o uso insustentável dos recursos naturais. O trabalho dessa escola pode ser avaliado como positivo, mas a equipe deve ter um conhecimento fundamentado do trabalho transversal, além da equipe estar afinada, trabalhando coletivamente, visando uma contextualização e produto final. O trabalho com essa temática pode perpassar questões além do meio ambiente em si, pois todas as outras questões humanas estão relacionadas com o ambiente.
Nos PCN’s, a Educação Ambiental é tratada como um “tema” transversal:
Os conteúdos de meio ambiente serão integrados ao currículo através da transversalidade, pois serão tratados nas diversas áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, promover uma visão global e abrangente da questão ambiental. (PCN’s, 1996, p. 28).
Outra experiência é da Escola Estadual Nossa Senhora da Penha, onde o trabalho com Educação Ambiental perpassa pelas disciplinas de forma transversal, a unidade escolar realiza oficinas de trabalho com os alunos após o trabalho com as temáticas: saúde e meio ambiente, o consumo e a sustentabilidade, realidade social e ambiental além de ecologia e sociedade. Esse trabalho ocorre com as turmas de 9º ano da escola. Todos os professores programaram aulas onde as suas disciplinas específicas dialogava com as temáticas, após isso montaram grupos de discussão, orientados em conjunto com todos os professores e realização de oficinas. Essa experiência foi muito significativa, um salto importante para o trabalho com a transversalidade, mas ainda é necessário aperfeiçoar. Os professores tem dificuldade de trabalhar dessa forma, pois a própria formação universitária não contempla uma formação adequada desses profissionais para o trabalho em grupo e com temas transversais e, além disso, o ambiente escolar é marcado pela fragmentação e por compartilhar o saber em disciplinas. Percebo um esforço dessas experiências em um trabalho significativo. Muito válido essas experiências, mas devemos investir em formação continuada dos professores, propiciar dialogo intenso entre as disciplinas e o uso do horário de trabalho coletivo pedagógico para discussão frutífera dessas questões.

3. Conclusão
         Uma educação de qualidade deve estar pautada na realidade dos indivíduos e da comunidade onde se pretende desenvolver um trabalho educacional. A educação ambiental deve dialogar intensamente com o mundo que vivemos e com os temas relacionados à vida humana. Nesse sentido, não podemos pensar numa educação fragmentada e descontextualizada da realidade dos indivíduos. Devemos trabalhar de forma crítica e transformadora, buscando desenvolver a criticidade dos indivíduos sobre os aspectos relevantes da sociedade e a relação do bem comum com a questão ambiental.
            A legislação e os documentos de orientação ressaltam que a educação ambiental deve ser trabalhada de forma transversal e não simplesmente como disciplina. Todas as áreas do conhecimento devem trabalhar juntas com a função de propiciar uma educação ambiental contextualizada, permitindo a visão do todo e ações de transformação da sociedade pautadas no exercício da cidadania e do respeito mútuo. Sabemos que isso é um grande desafio dos educadores e da sociedade como um todo.
            Nesse trabalho apresentado abordamos duas experiências de trabalho idealizadas na transversalidade. Sabemos que esse trabalho se faz necessário e urgente, mas temos desafios grandes para superar. Como apresentado nesse trabalho, falta formação continuada e aperfeiçoamento dos profissionais sobre o verdadeiro sentido do trabalho transversal, além da dificuldade de se trabalhar dessa forma pela falta de dialogo entre os profissionais e a cultura marcante do conservadorismo e da fragmentação dos saberes. Na sociedade que vivemos a educação deve estar em conexão com os diversos saberes e áreas, para que, ao aluno o que ele aprende possa ter significado e permitir transformação social. As experiências destacadas são importantes experiências de trabalho de forma transversal, mas que devem ser aperfeiçoadas. São válidas essas experiências como forma de compartilhar e trocar ideias visando uma prática eficaz.
            Resumir o trabalho de educação ambiental a uma disciplina é limitar a complexidade dessa temática e desconsiderar sua presença em todos os aspectos da vida humana. Não existe possibilidade de vida se não tivermos o meio para vivermos e obtermos nossos recursos vitais. Nesse sentido se faz necessário uma formação continuada e intenso dialogo entre os profissionais da educação, possibilitando o aperfeiçoamento da prática e a criação de projetos na perspectiva crítica e transversal, para que possamos atender a necessidade educacional de nossos alunos e formar cidadãos críticos que olhem a questão ambiental como responsabilidade de todos, lutando por transformação social em bem do planeta e da vida humana.

4. Referências bibliográficas
FRADE, Elaine das Graças; POZZA, Adélia A.A; BORÉM, Rosângela A. T. Educação Ambiental na Diversidade: guia de estudos. Lavras: UFLA, 2010.
MEC/BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, Mimeo,1996.
RIZZO, Juan Ferrari. Educação Ambiental ou Educação Ambiental. [artigo cientifico]. 2005. Disponível em: <http://www3.mg.senac.br/NR/.pdf>. Acesso em 20 de outubro de 2013.
UNESCO,1987. Disponível em: <HTTP://www.apoema.com.br/definicoes.htm>, acessado em 09 de novembro de 2013.

5. Endereço do blog

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Atividade 3.2 - Caindo na REDE

Cardápio das Redes de Educação Ambiental no Brasil

REDE PAULISTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL http://www.repea.org/
REDE BRASILEIRA DE CENTROS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL http://www.redeceas.esalq.usp.br/
REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA ALTA PAULISTA http://reapunesptupa.blogspot.com.br/
REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA BAIXADA SANTISTA http://reabs-coletivo.ning.com/
REDE CAPIXABA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL http://www.recea.org.br/
REDE ITAPEVI DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL http://redeitapevieducambiental.blogspot.com.br/
REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO LITORAL NORTE http://educacaoambientalln.blogspot.com.br/
REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA PARAIBA http://www.prac.ufpb.br/reapb/historia.html
REDE MINEIRA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL http://www.grupos.com.br/grupos/rmea


Analisando a nossa realidade percebemos como a questão ambiental está relacionada com todos os aspectos da vida humana e como ela é fundamental para a sustentabilidade e qualidade de vida de toda a coletividade. Com o desenvolvimento e intenso uso das tecnologias da informação e comunicação, as redes virtuais se tornaram eficientes meios de disseminação de ideias, eventos, trabalhos e formação, de forma participativa, relacional e interativa. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2008), “as redes são comunidades construídas de forma virtual ou presencial que reúnem indivíduos e instituições em torno de objetivos e/ou temáticas comuns” (BRASIL, 2008, p. 243). São espaços que permite a comunicação entre educadores, formadores e comunidade como um todo para a ação política e o trabalho para a educação ambiental de forma crítica e articulada. As Redes de Educação Ambiental são grandes aliadas na formação dos educadores, possuem enfoque na construção do saber crítico além de ser um instrumento interativo.
Nesse sentido, analisando algumas redes de educação ambiental e partindo de estudos realizados, podemos inferir que as redes de educação ambiental contribuem significativamente para o processo educacional, perpassando o tempo e espaço, permitindo a comunicação global dos indivíduos sobre os projetos desenvolvidos, favorecendo discussões de caráter ambiental e da própria legislação, contribuindo com troca de experiências e engajamento de grupos e educadores com o trabalho ambiental. Essas redes devem ser instrumento para a comunicação e desenvolvimento de relações que favoreça a práxis e formação em educação ambiental de forma crítica e transformadora

.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANJOS, Leila. Conscientização ambiental no meio midiático. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Comunicação social) – Faculdade Estadual de Santa Cruz. Rio Grande do Sul, 2010.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Os diferentes matizes da educação ambiental no Brasil: 1997-2007. Brasília (DF): MMA, 2008.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A preservação ambiental ou econômica?

Quando falamos de meio ambiente sempre pensamos na natureza, nos recursos e riquezas que essa nos fornece, além da crise ambiental que afeta nossa vida, devido à exploração desordenada e brutal da natureza pelo homem. Devemos pensar que quando falamos do meio ambiente estamos nos referindo a um princípio vital, que rege nossa existência e a possibilidade de vida em nosso planeta. Nesse sentido esse é um assunto sério, que deve ser pensado coletivamente e ter ações consistentes de preservação e cuidado com essa questão. Muito se fala sobre as áreas que possuem recursos naturais riquíssimos e muito se diverge sobre a preservação desses espaços.
Existem questões sérias de discussão sobre as reservas naturais e seus habitantes do entorno dessas áreas, muitas vezes de comunidades tradicionais. Há uma corrente que defende um caráter preservacionista, partindo do princípio de que a presença humana em espaços naturais causa, invariavelmente, prejuízos ao meio ambiente, defendendo a desapropriação desses espaços em benefícios a essas reservas. Outra concepção é a socioconservacionista, baseado no mito do "bom selvagem ecologicamente correto" e na crença de que as comunidades tradicionais possuem um maior conhecimento do meio ambiente do que as atuais sociedades ocidentais, industriais e capitalistas, e que seu modo de vida explora os recursos naturais de maneira sustentável.
Nessas discussões não podemos deixar de destacar que existem outros interesses ocultos, que necessariamente difere dos interesses do meio ambiente. Nesse mundo globalizado e capitalista, onde a manipulação da natureza pelo homem sem medida se tornou algo normal, devemos destacar que interesses econômicos estão fortemente arraigados nessas discussões. As comunidades tradicionais que vivem nessas áreas quais males tem causados a esses espaços? Muitas vezes elas veem a natureza como parte delas, utilizando dela para sua sobrevivência e tratando esses espaços como extensão da comunidade. O grande problema é a retirada dessas pessoas, desrespeitando o habitat e cultura da comunidade e num discurso de preservação, que temos no fundo o preservar econômico, da extração e exploração visando os interesses capitalistas de lucro e mais lucro, de ter contra o ser. A ideologia afirma o filósofo alemão Karl Marx é o ocultamento da realidade, ou seja, o discurso que a classe dominante dissemina visando seus interesses e anestesiando o resto da população.
Devemos ter atenção a esses fatores, independente da concepção ambientalista, os valores da preservação ambiental, da sustentabilidade e do bem comum devem estar acima de qualquer discurso e devem se legitimados na prática, para que com isso possamos verdadeiramente termos uma qualidade de vida para todos e possibilidade efetiva de respeito a natureza, que é parte de nós. A preservação ambiental está acima de qualquer interesse econômico, pois o que traz vida em abundância não é o dinheiro, mas as riquezas naturais que nenhum dinheiro compra, quando tudo isso acabar comeremos dinheiro? Que tipo de preservação devemos priorizar? A ambiental ou econômica? Essa decisão é primordial para o nosso futuro e das gerações posteriores.

Flavio Silva, professor de Filosofia (PUC-SP) 
da rede pública, pedagogo e pós graduando do curso
 de especialização em Educação Ambiental pela 
(UFLA) e Designer Instrucional pela (UNIFEI)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Educação a Distância e a Autonomia do Estudante

A Educação a Distância e a Autonomia do Estudante
            Na sociedade contemporânea a educação a distância se tornou uma modalidade de ensino real na vida dos estudantes. O uso das novas tecnologias favoreceu o ensino além do modelo tradicional presencial, diminuindo as distâncias e permitindo a conexão entre as pessoas e o acesso à aprendizagem em maior escala. O seu desenvolvimento tem sido gradual e significativo, a tendência é que sua expansão será cada vez mais intensa na educação brasileira. Mas ao tratarmos da educação à distância devemos pensar no protagonista de qualquer ensino, que no caso é o aluno ou o estudante. Qual deve ser o perfil de um estudante na modalidade à distância?
            Não podemos ter uma noção do senso comum da sociedade que acredita não existir aprendizagem de qualidade num curso ead ou que o modo de certificação é fácil. Um curso virtual além das exigências de um curso presencial ele exige mais do aluno, pois esse é o grande responsável pela sua aprendizagem. A questão da autonomia do estudante é essencial, pois o aluno se responsabiliza mais pela sua aprendizagem, tendo que ter uma postura ativa em relação ao processo, diferente de uma atitude passiva a espera de tudo mastigado e pronto pelo professor. Nesse sentido, o aluno da educação a distância deve procurar pesquisar, interagir, construir seu conhecimento, produzir e inovar no seu processo de aprendizagem. As tecnologias vão contribuir nessa ação, mas devemos ter consciência de que a técnica sem a ação dos indivíduos de nada vale.
            O aluno virtual deve possuir objetivos claros para ter sucesso em sua formação. A questão do tempo é primordial, o aluno deve se organizar e atentar-se aos prazos das atividades, fazendo um planejamento de estudo, buscando dedicar espaço diário para realização de leituras e atividades propostas, permitindo a realização com qualidade e o atendimento aos prazos e exigências. A questão das prioridades deve ser pensada e organizada na gestão do estudo do aluno, pois diferente do que se pensa, um curso virtual exige muito do aluno e esse deve estar disposto a trabalhar com empenho e dedicação para seu sucesso intelectual. Presenciamos no universo dos estudantes a questão de deixar tudo para a última hora, isso é prejudicial, pois além do sufoco dos últimos momentos normalmente a atividade é feita as pressas, sem tempo para uma revisão adequada, além de poderem ocorrer problemas de conexão ou do sistema, por isso o planejamento e organização do curso deve ser pensado com cuidado.
            Podemos concluir que o estudante matriculado num curso a distância deve ter uma atitude pró ativa, responsabilidade, autonomia, ter o domínio do uso das novas tecnologias da comunicação e informação, buscando ter um comprometimento nos seus estudos e interagindo com os colegas de curso na produção e construção do conhecimento visando uma aprendizagem rica e significativa.
Flavio Silva
Professor de Filosofia da rede pública,
pedagogo e estudante do curso de
especialização em educação
 ambiental pela UFLA